Eu criei o rio e a correnteza, do mesmo modo que planejei carinhosamente o solo e seu relevo. Pensei também nas gaivotas que voariam durante o dia e no canto dos pássaros noturnos que fariam, ao meu rio, companhia quando o véu da noite caísse. O meu rio era tão lindo que eu passava horas vislumbrando-o, não por orgulho da minha criação, mas pelo profundo amor que sentia por ele - singelo e forte, iluminando toda a paisagem. Vi os peixes se deliciando nas suas puras águas e vi árvores nascendo e crescendo livremente pelo seu perímetro, a relva era verde e sadia e o céu era sempre agradável, de noite ou de dia. A vida ali reinava e tudo que eu via era especialmente regado de um amor incondicional. Mas, infelizmente, não passou muito tempo para que 'eles' chegassem; primeiro, um pequeno e solitário barco, depois dois barcos, depois os barcos se foram e ficaram as pessoas, depois uma casa; por fim, vinte casas já estavam construídas. Crianças, velhos, homens e mulheres, eles se multiplicavam velozmente, sufocando a paisagem que eu vislumbrava outrora. Ali vivem até hoje, mas o meu rio não suportou e desapareceu. De tristeza a terra secou e as árvores morreram, não mais existem gaivotas, nem pássaros noturnos. Até o véu da noite, antes brilhante e magnífico, tornou-se desolador...
...Agora, tudo que criei desapareceu e, com certeza, metade de mim também morreu.
Testo magnifico, sem palavras de ante dele, mais como nao da pa comentar os sentimentos que nao se dis, sinto o testo ^^.
ResponderExcluirLembro de uma poesia que acho que fui eu quem escrevi, Navegonalta, muito feia. mais emqunto vc fala de um rio, eu estava a tratar de uma ilha. Lindo texto amor