28 de out. de 2010

Olá, pessoas!
Para uma quinta-feira melhor, sugiro que leiam esta crônica do meu amigo André Serrão, um dos filósofos mais destacados da Universidade Federal do Maranhão - UFMA.

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As Crônicas de Lettoria – O Último Passeio

Rafael pedalava cidade adentro em direção ao lugar marcado para o passeio noturno. Pedalava com pressa, sentindo o vento gelado soprando no rosto.
As luzes corriam aos lados dele conforme ia passando pelas casas e prédios. Passava por praças, avenidas, ruas estreitas, indo em direção à parte mais alta do bairro.
Imaginava se Cecília já teria chegado, ou se a encontraria no meio caminho. A ansiedade o levava a desejar encontrá-la logo, em uma rua ali perto, pra que o passeio começasse logo. Mas uma outra parte dele desejava encontrá-la somente no local marcado. Talvez sentada num dos bancos da praça, ou mesmo em pé, fitando a direção da rua da qual ele surgiria.
Ele intuía que a segunda opção era mais provável, e por isso, chegaria por uma rua diferente, através de um caminho um pouco mais longo, vindo pela direção oposta à que ela estaria atenta.
Rafael gostava de surpresas, e gostava especialmente de fazer surpresas para Cecília, por mais simples que fossem.
Logo ele já podia avistar a praça, onde ela supostamente estaria, ao longe. E logo podia vê-la também.
Seu coração bateu muito forte no peito e ele diminuiu a velocidade da bicicleta.

Lá estava ela. Soltando o cabelo, abanando-o para trás e prendendo-o novamente, fitando atentamente a rua da qual imaginava que ele viria. A imagem o fez sorrir e ele imaginou o quanto ela estava ansiosa.

Vagarosamente ele se aproximou. Algumas pessoas na praça o observavam chegar, cada vez mais silencioso, freando pouco a pouco.
Desceu da bicicleta a poucos metros de distância dela e a estacionou próxima a uma árvore, continuando o caminho até ela a pés.
O fez com o máximo de cautela possível. Torcendo para que ela não o visse e estragasse a surpresa.
Mas então, faltando pouco menos de 2 metros para que ele chegasse ao banco que ela sentava, ela o viu.
Cecília saltou do banco num pulo, com um sorriso grande no rosto e correu até ele.
Ele abriu os braços e ela jogou contra ele, abraçando-o muito forte. Suas bochechas se tocaram, pois eles tinham a mesma altura. Ficaram assim por alguns segundos, e então afrouxaram o abraço, mas ainda tocavam-se, ela com o braços nos ombros dele e com as mãos na cintura dela. Nunca tinham estado tão íntimos, nunca tinham se abraçado tão carinhosamente.

-Você estragou minha surpresa. Chegou há muito tempo? – disse Rafael, fitando os olhos dela.

-Cheguei há uns três minutos no máximo. E não estraguei, na verdade até me passou pela cabeça que você fosse fazer algo assim, mas achei que não. Achei que não ia querer perder um segundo sequer vindo por um caminho diferente. Caí como sempre. – ela respondeu e sorriu.

-Você não entende de surpresas mesmo. – disse ele rindo em seguida.

-Não, mas é melhor pra você, eu acabo caindo todas as vezes.

-É verdade! – ele gargalhou.

Um trovão soou no céu e ambos olharam para as nuvens escuras lá em cima.

-Vamos, pegue sua bicicleta, a gente tem que aproveitar o tempo. – disse Cecília.

-Você está com medo da chuva?

-Chuva não vai me impedir de passar a noite com você, se é isso que quer saber.

-Já sei disso, boba.

-Então pega a bicicleta, vai!

-Estou indo.

Rafael foi até sua bicicleta e voltou para Cecília trazendo o pequeno veículo ao seu lado.

A garota subiu na sua bicicleta e começou a pedalar vagarosamente, em direção à ladeira que descia da praça até a parte mais baixa do bairro, no rumo que posteriormente terminaria na praia.

Ele a seguiu. Montou na bicicleta e a acompanhou ladeira abaixo, em grande velocidade, permanecendo lado a lado com a amiga, que a esta hora já era algo mais que amiga, se assim podemos dizer.

E eles desciam, e as luzes e as casas se descortinavam ao redor deles naquele que era um dos locais mais bonitos e tranquilos da cidade.

Era o começo de uma noite que eles desejariam que se repetisse, mas, não haveria uma repetição. Aquele era o último passeio de bicicleta noturno de Rafael e Cecília juntos.

Todos os direitos reservados*


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Gostaram, né? ^^
 Então comentem no blog do autor e, de quebra, leiam outros belos textos :)

Até a próxima!!

18 de out. de 2010

Ainda somos humanos

A rotina nos obriga a pensar de maneia sistemática, produzir em escalas e aprender o que é útil, não o interessante. Essa realidade, as vezes, nos faz esquecer do quanto podemos ser criativos. Creio, portanto, que num domingo a noite, a maioria de vocês estejam pensando na penosa segunda-feira e na volta às suas rotinas, então, fiquem com esta indicação da minha amiga @Bimetal para não esquecerem de que podemos, ainda, ser humanos!





Os encorajo a assistir direto deste link ou em Full Screen ;)

Au revoir!

3 de out. de 2010

...

[Estou aqui a poucas horas do meu aniversário; oficialmente bem perto de completar mais um ano de vida.]

Não é muita coisa quando penso sobre o ponto de vista 'tempo'; afinal, um ano passa tão rápido. Entretanto, ao passo que relembro as coisas que aprendi, pessoas que conheci e lembranças que eternizei, começo a ver que um ano não pode ter passado tão rápido assim.

Desfiz laços que deveriam ter sido concretizados há anos, fui inivitavelmente excluída de mentes que apenas sabiam meu nome por conviverem diariamente comigo, da mesma forma que exclui diversos "arquivos" inúteis há tantos anos deixados de lado pela minha memória.

Também passei no vestibular, abri as cortinas desse mundo tão misterioso e recheado de descobertas (assim como as espero anciosamente). Estou aprimorando meus conhecimentos, minhas indagações filosóficas e aprofundando meu nível de pensar - e isso significa muito para mim :)

Estou aprendendo a dirigir, lendo novos livros, tendo conversas cada dia mais interessantes com pessoas diferentes, voltei a criar hamsters (sem matá-los), saí da minha antiga escola de ballet, amando cada dia mais, aprendendo a lidar com pessoas difíceis, controlando meu desdém e minha ira, treinando meu canto, minhas pinturas, reformando meu quarto, minha vida, definindo meus valores religiosos, redescobrindo algumas músicas e, finalmente, criei um orkut (sim! rs)

Afinal, são 19 anos que completarei e não vou dizer que com essa idade uma nova etapa iniciará, pois esse discurso clichê já derrubei há muito tempo, quando aprendi que começamos novas etapas todos as manhãs, ao levantarmos. Sendo assim, apenas direi que esta idade não será, naturalmente, como as outras, mas me trará renovações, como as águas de um rio que estão sempre em movimento: modificando-se e fortificando-se para nunca permanecerem as mesmas.

Boa Semana a todos e até a próxima =*
Kissus

1 de out. de 2010

28 de out. de 2010

Olá, pessoas!
Para uma quinta-feira melhor, sugiro que leiam esta crônica do meu amigo André Serrão, um dos filósofos mais destacados da Universidade Federal do Maranhão - UFMA.

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As Crônicas de Lettoria – O Último Passeio

Rafael pedalava cidade adentro em direção ao lugar marcado para o passeio noturno. Pedalava com pressa, sentindo o vento gelado soprando no rosto.
As luzes corriam aos lados dele conforme ia passando pelas casas e prédios. Passava por praças, avenidas, ruas estreitas, indo em direção à parte mais alta do bairro.
Imaginava se Cecília já teria chegado, ou se a encontraria no meio caminho. A ansiedade o levava a desejar encontrá-la logo, em uma rua ali perto, pra que o passeio começasse logo. Mas uma outra parte dele desejava encontrá-la somente no local marcado. Talvez sentada num dos bancos da praça, ou mesmo em pé, fitando a direção da rua da qual ele surgiria.
Ele intuía que a segunda opção era mais provável, e por isso, chegaria por uma rua diferente, através de um caminho um pouco mais longo, vindo pela direção oposta à que ela estaria atenta.
Rafael gostava de surpresas, e gostava especialmente de fazer surpresas para Cecília, por mais simples que fossem.
Logo ele já podia avistar a praça, onde ela supostamente estaria, ao longe. E logo podia vê-la também.
Seu coração bateu muito forte no peito e ele diminuiu a velocidade da bicicleta.

Lá estava ela. Soltando o cabelo, abanando-o para trás e prendendo-o novamente, fitando atentamente a rua da qual imaginava que ele viria. A imagem o fez sorrir e ele imaginou o quanto ela estava ansiosa.

Vagarosamente ele se aproximou. Algumas pessoas na praça o observavam chegar, cada vez mais silencioso, freando pouco a pouco.
Desceu da bicicleta a poucos metros de distância dela e a estacionou próxima a uma árvore, continuando o caminho até ela a pés.
O fez com o máximo de cautela possível. Torcendo para que ela não o visse e estragasse a surpresa.
Mas então, faltando pouco menos de 2 metros para que ele chegasse ao banco que ela sentava, ela o viu.
Cecília saltou do banco num pulo, com um sorriso grande no rosto e correu até ele.
Ele abriu os braços e ela jogou contra ele, abraçando-o muito forte. Suas bochechas se tocaram, pois eles tinham a mesma altura. Ficaram assim por alguns segundos, e então afrouxaram o abraço, mas ainda tocavam-se, ela com o braços nos ombros dele e com as mãos na cintura dela. Nunca tinham estado tão íntimos, nunca tinham se abraçado tão carinhosamente.

-Você estragou minha surpresa. Chegou há muito tempo? – disse Rafael, fitando os olhos dela.

-Cheguei há uns três minutos no máximo. E não estraguei, na verdade até me passou pela cabeça que você fosse fazer algo assim, mas achei que não. Achei que não ia querer perder um segundo sequer vindo por um caminho diferente. Caí como sempre. – ela respondeu e sorriu.

-Você não entende de surpresas mesmo. – disse ele rindo em seguida.

-Não, mas é melhor pra você, eu acabo caindo todas as vezes.

-É verdade! – ele gargalhou.

Um trovão soou no céu e ambos olharam para as nuvens escuras lá em cima.

-Vamos, pegue sua bicicleta, a gente tem que aproveitar o tempo. – disse Cecília.

-Você está com medo da chuva?

-Chuva não vai me impedir de passar a noite com você, se é isso que quer saber.

-Já sei disso, boba.

-Então pega a bicicleta, vai!

-Estou indo.

Rafael foi até sua bicicleta e voltou para Cecília trazendo o pequeno veículo ao seu lado.

A garota subiu na sua bicicleta e começou a pedalar vagarosamente, em direção à ladeira que descia da praça até a parte mais baixa do bairro, no rumo que posteriormente terminaria na praia.

Ele a seguiu. Montou na bicicleta e a acompanhou ladeira abaixo, em grande velocidade, permanecendo lado a lado com a amiga, que a esta hora já era algo mais que amiga, se assim podemos dizer.

E eles desciam, e as luzes e as casas se descortinavam ao redor deles naquele que era um dos locais mais bonitos e tranquilos da cidade.

Era o começo de uma noite que eles desejariam que se repetisse, mas, não haveria uma repetição. Aquele era o último passeio de bicicleta noturno de Rafael e Cecília juntos.

Todos os direitos reservados*


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Gostaram, né? ^^
 Então comentem no blog do autor e, de quebra, leiam outros belos textos :)

Até a próxima!!

18 de out. de 2010

Ainda somos humanos

A rotina nos obriga a pensar de maneia sistemática, produzir em escalas e aprender o que é útil, não o interessante. Essa realidade, as vezes, nos faz esquecer do quanto podemos ser criativos. Creio, portanto, que num domingo a noite, a maioria de vocês estejam pensando na penosa segunda-feira e na volta às suas rotinas, então, fiquem com esta indicação da minha amiga @Bimetal para não esquecerem de que podemos, ainda, ser humanos!





Os encorajo a assistir direto deste link ou em Full Screen ;)

Au revoir!

3 de out. de 2010

...

[Estou aqui a poucas horas do meu aniversário; oficialmente bem perto de completar mais um ano de vida.]

Não é muita coisa quando penso sobre o ponto de vista 'tempo'; afinal, um ano passa tão rápido. Entretanto, ao passo que relembro as coisas que aprendi, pessoas que conheci e lembranças que eternizei, começo a ver que um ano não pode ter passado tão rápido assim.

Desfiz laços que deveriam ter sido concretizados há anos, fui inivitavelmente excluída de mentes que apenas sabiam meu nome por conviverem diariamente comigo, da mesma forma que exclui diversos "arquivos" inúteis há tantos anos deixados de lado pela minha memória.

Também passei no vestibular, abri as cortinas desse mundo tão misterioso e recheado de descobertas (assim como as espero anciosamente). Estou aprimorando meus conhecimentos, minhas indagações filosóficas e aprofundando meu nível de pensar - e isso significa muito para mim :)

Estou aprendendo a dirigir, lendo novos livros, tendo conversas cada dia mais interessantes com pessoas diferentes, voltei a criar hamsters (sem matá-los), saí da minha antiga escola de ballet, amando cada dia mais, aprendendo a lidar com pessoas difíceis, controlando meu desdém e minha ira, treinando meu canto, minhas pinturas, reformando meu quarto, minha vida, definindo meus valores religiosos, redescobrindo algumas músicas e, finalmente, criei um orkut (sim! rs)

Afinal, são 19 anos que completarei e não vou dizer que com essa idade uma nova etapa iniciará, pois esse discurso clichê já derrubei há muito tempo, quando aprendi que começamos novas etapas todos as manhãs, ao levantarmos. Sendo assim, apenas direi que esta idade não será, naturalmente, como as outras, mas me trará renovações, como as águas de um rio que estão sempre em movimento: modificando-se e fortificando-se para nunca permanecerem as mesmas.

Boa Semana a todos e até a próxima =*
Kissus

1 de out. de 2010



Vai saber se eu, com toda a minha normalidade, seja a única anormal num mundo de normais.